terça-feira, 11 de junho de 2013

Ai se sesse

"
A poesia transcende  os valores gramaticais e sintáticos, pois objetiva despertar em 

nossas almas o que nós  mesmos não sabíamos que existia."  Jamile Novais



 Ai se sesse  


Se um dia nois se gostasse
Se um dia nois se queresse
Se nois dois se empareasse
Se juntim nois dois vivesse
Se juntim nois dois morasse
Se juntim nois dois drumisse
Se juntim nois dois morresse
Se pro céu nois assubisse
Mas porém acontecesse de São Pedro não abrisse
a porta do céu e fosse te dizer qualquer tulice
E se eu me arriminasse
E tu cum eu insistisse pra que eu me arresolvesse
E a minha faca puxasse
E o bucho do céu furasse
Tarvês que nois dois ficasse
Tarvês que nois dois caisse
E o céu furado arriasse e as virgi toda fugisse


   Essa música faz parte da Literatura de Cordel, muito comum no nordeste brasileiro. O que é Cordel? Em apenas um click e muito gingado você pode descobrir...









 Literatura de Cordel é uma modalidade impressa de poesia, original do Nordeste do Brasil, que já foi muito estigmatizada mas hoje em dia é bem aceita e respeitada, tendo, inclusive, uma Academia Brasileira de Literatura de Cordel. Devido ao linguajar despreocupado, regionalizado e informal utilizado para a composição dos textos essa modalidade de literatura nem sempre foi respeitada, e já houve até quem declarasse a morte do cordel, mas ainda não foi dessa vez.
Os temas são os mais variados, indo desde narrativas tradicionais transmitidas pelo povo oralmente até aventuras, histórias de amor, humor, ficção, e o folheto de caráter jornalístico, que conta um fato isolado, muitas vezes um boato, modificando-o para torná-lo divertido. Ao mesmo tempo que falam de temas religiosos, também falam de temas profanos. Escrevem de maneira jocosa, mas por vezes retratam realidades desesperadoras. Uma outra característica é o uso de recursos textuais como o exagero, os mitos, as lendas, e atualmente o uso de ironia ou sarcasmo para fazer críticas sociais ou políticas. Usar uma imagem estereotipada como personagem também é muito comum, às vezes criticando a exclusão social e o preconceito, às vezes fazendo uso dos mesmos através do humor sarcástico. Além dos temas “engajados”, se assim podemos chamá-los, há também cordéis que falam de amor, relacionamentos pessoais, profissionais, cotidiano, personalidades públicas, empresas, cidades, regiões, etc.
Uma das características desse tipo de produção é a manifestação da opinião do autor a respeito de algo dentro da sua sociedade. Os cordéis não tem a característica de serem impessoais ou imparciais, pelo contrário, na maioria das vezes usam várias técnicas de persuasão e convencimento para que o leitor acate a idéia proposta.






Se você gostou, acesse o youtube e se envolva nas  maravilhosas histórias do nosso nordeste!!

 "A árvore do dinheiro" , "A moça que dançou depois de morta" entre outros.



Mini projeto


Atividade : Literatura de Cordel – 6° Ano


Objetivos:- Despertar e incentivar o interesse pela leitura.
- Aproximar o aluno do universo escrito compreende-lo e fazer  parte dele, manifestar  ideias por meio do gênero discutido.

- Reconhecer as variações lingüísticas e valorizá-las em suas especificidades.
- Enriquecer o vocabulário.
- Desenvolver as habilidades: falar, escutar, ler e escrever.

Procedimentos:

- Roda de conversa;

-Vídeo do cordel do fogo encantado;

- Estudo da variação lingüística e contexto social;

-Vídeo “Ai se sesse” e “ A árvore do dinheiro”

-Leitura projetada e coletiva de um cordel;

-Observância da estrutura do cordel (anotações dos conhecimentos levantados)

-Sociabilização dos conceitos levantados individualmente;

-Música e vídeo  :Literatura de Cordel

-Construção de um conceito comum;

-Intertextualidade com a novela “Cordel Encantado”;

-Levantamento de possíveis temas;
- Produção individual e coletiva;

- Revisão do Cordel;

- Produção da xilogravura;

- Produção do Cordel;
- Divulgação dos momentos vivenciados durante a realização do projeto , através de fotos, registros e relatos.

- Apresentação em sala de aula  ou nas dependências escolares



Prof. Jamile Novais

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